Comemoração dos 40 anos do 25 de Abril de 1974 | |
Por Valdir Teixeira (Professor), em 2014/05/08 | 847 leram | 0 comentários | 285 gostam |
Ao longo da quarta semana de abril o Agrupamento de Escolas celebrou, nas salas de aula e nas bibliotecas escolares, um dos acontecimentos mais importantes da nossa história mais recente – A REVOLUÇÃO DE 25 DE ABRIL DE 1974. | |
Nunca é demais evocar esse grande acontecimento e aproveitámos a oportunidade para o documentar com alguns jornais da época dos quais fizemos exposição. Nas aulas foi apresentada documentação, principalmente vídeos (imagens e música) que explicitaram a HISTÓRIA da Revolução dos Cravos, denominada historicamente por Revolução de 25 de Abril. Foi enfatizado que se refere a um período da história de Portugal resultante de um movimento social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, e iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976, com uma forte orientação socialista na sua origem. Fez-se, também, a reconstituição histórica desde o dia anterior à Revolução. A saber, no dia 24 de abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa. Às 22h 55m é transmitida a canção E Depois do Adeus de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por João Paulo Diniz. Este é um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeia a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado. O segundo sinal é dado às 0h20m, quando a canção Grândola, Vila Morena de José Afonso é transmitida pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirma o golpe e marca o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão é Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano. Ao contrário de E Depois do Adeus, que era muito popular por ter vencido o Festival RTP da Canção, Grândola, Vila Morena fora ilegalizada, pois, segundo o governo, fazia alusão ao comunismo. O golpe militar do dia 25 de abril tem a colaboração de vários regimentos militares que desenvolvem uma ação concertada. No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reage, e o ministro da Defesa ordena a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não é obedecido, dado que estas já tinham aderido ao golpe. À Escola Prática de Cavalaria, que parte de Santarém, cabe o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria são comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço é ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia move, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontra o chefe do governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se rende, exigindo, contudo, que o poder seja entregue ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcelo Caetano parte, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil. Culminando uma longa e heroica luta, a Revolução de Abril pôs fim a 48 anos de ditadura fascista e realizou profundas transformações democráticas – políticas, económicas, sociais e culturais – que, alicerçadas na afirmação da soberania e independência nacionais, abriram a perspetiva de um novo período da história dos trabalhadores e do povo, apontando o socialismo para o futuro de Portugal. Na biblioteca da escola criou-se, também, um mural onde predominaram os cravos e foram deixadas mensagens alusivas à memória deste acontecimento tão importante para a vida de todas as pessoas. Como era fundamental avivar as memórias solicitou-se aos alunos que recolhessem junto dos seus familiares testemunhos de como viveram durante o Estado Novo, como viveram a Revolução e de como viveram e vivem o pós-Revolução. Foram muito interessantes esses testemunhos, como também foi importante a sua partilha e o seu debate. Sentiu-se pelos testemunhos apresentados a necessidade de “um novo despertar”. | |
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